quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Re-pense em psicopedagogia

Pessoal, depois de alguns meses longe do blog, estou retornando para muitas postagens , espero que a partir desse fim de 2011 ao longo de 2012, muitas informações e trocas de conhecimentos sejam feitas...

Bem, ao iniciar esta nova fase, escreverei aqui o por quê da psicopedagogia...
A psicopedagogia não é só uma ferramenta de trabalho, uma função exata, mas uma ciência que abarca o conceito de ensinar e aprender, não só a maneira de como se aprende, ou como se ensina, não é uma receita de bolo, mas o que move o aprender e suas questões, o ensinar e o aprender a ensinar. Precisamente alguns que ensinam tem o dom de achar que já sabem... tudo é uma questão de situação, o novo, certos fatos, pequenos significantes e significados. Talvez temos que re-pensar nas questões sobre o ensinar, o que estamos passando, aquilo que sabemos e conhecemos do aprender ou aquilo ao qual aprendemos todos os dias. quando um professor, um pai, uma mãe diz: hoje aprendi com quem sempre ensino, aprendi que devemos respeitar, amar e acima de tudo sermos suficientemente humildes para aprendermos com alguém que não acha que sabe tudo da vida, mas o pouco que sabe já ensinou!
a Psicopedagogia entra numa função de aprender a respeitar, a saber lidar com o conhecimento do outro, a ajudar a superar as dificuldades e acima de tudo ensinar a aprender uns com os outros.
Então fica a dica de hoje... aprender, superar as dificuldades, sempre. Dizer que és sábio o suficiente, jamais, então re-pense!

Gisele Alves

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Diagnóstico Psicopedagógico

A psicopedagogia surge da necessidade dos problemas referentes à aprendizagem e seu processo, ela usa como recurso outros campos de conhecimento para abster-se de um embasamento teórico e criar seu próprio objeto de estudo. A psicopedagogia pode trabalhar de diversas formas, mas um de seus campos de atuação é a clínica, que seu objetivo é diagnosticar e tratar os sintomas do processo da não-aprendizagem.
O problema de aprendizagem está condicionado a vários outros fatores, não só educacional, mas psíquicos, orgânicos e ambientais. É por este motivo que a psicopedagogia busca sua intertextualidade em outras ciências. O que baseia a estrutura da psicopedagogia clínica é o diagnóstico.
Este processo de não aprendizagem é estudado e verificado minuciosamente pelo psicopedagogo, ele leva em consideração todos os aspectos intra e extra relacionado ao sujeito cognoscente. O ser cognoscente para ter uma certa estrutura de aprendente, transita em meio às práxis lógico-simbólica, ele precisa mesclar o objetivo e o subjetivo, para criar e aprender, quando uma destas estruturas sobrecarrega a outra, suas funções ficam desordenadas, portanto não há esse equilíbrio entre elas, consequentemente o sujeito não aprende.
A psicologia não dá conta dos fatores da aprendizagem, portanto a psicopedagogia entra em cena para descobrir, desvendar o mistério do não aprender, através é claro, do diagnostico. O diagnóstico psicopedagógico tem de ser avaliado e reavaliado para se chegar a um denominador comum. O psicopedagogo na clínica levanta hipóteses, busca fundamentações, analisa o sujeito em todo seu contexto; familiar, social, psíquico e educativo, levando sempre em consideração a cultura familiar que este ser está inserido. Este trabalho clínico está na relação entre o sujeito com sua história pessoal e seu modo de aprendizagem. O psicopedagogo deve buscar as causas do problema no seu trabalho investigativo, vale lembrar que um diagnóstico “objetivo” deve ser primordialmente levado em conta o eu do sujeito, o psicopedagogo não deve transferir seus achismos no histórico da causa, o psicopedagogo deve saber seus limites pessoais, suas competências, pois se trata de uma investigação de um outro ser.
A não aprendizagem leva ao psicopedagogo analisar vários aspectos tanto na estrutura orgânica quanto na interna do sujeito, é por isso que esse trabalho investigativo tem de seguir parâmetros já definidos pelo psicopedagogo.Ele visa obter uma compreensão da forma de como este sujeito aprende, os desvios, colhendo os dados obtidos através de pesquisas com as provas operatórias, na EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), e entrevistas de conversação livre e no modelo de aprendizagem, a avaliação da aprendizagem escolar, teste viso-motor, sessões lúdicas. O psicopedagogo busca várias ferramentas para investigar e avaliar o sujeito é através destes dados que ele busca fundamentos e levanta hipóteses, seguindo determinados passos para a melhor compreensão, refletindo como este processo se dá na criança. Estas hipóteses levantadas pelo psicopedagogo são testadas ao longo do diagnóstico para chegar a um senso comum, buscando finalmente dados da família com a anamnese, sobre o histórico desta criança e sua família, para assim fechar o que se resulta na hipótese final para relatar o processo investigativo, resultando assim na devolução.
É de práxis o psicopedagogo explorar todo o possível do sujeito, não ter com foco somente a não aprendizagem, mas levar em conta todo o contexto que o cerca. O que o impede de crescer cognitivamente falando, portanto através destes dados obtidos do sujeito e sua família ele preenche as lacunas de hipóteses. Vale lembrar que suas ferramentas de investigações são de acordo com cada sujeito e cada psicopedagogo alínea a sua. No diagnóstico é importante que seja esclarecido todas e quaisquer regras de relacionamento, horários e honorários.
Ao final de todo o processo investigativo, é dado o momento final de diagnosticar, ou seja, formular a única hipótese a partir das análises de dados, e suas relações, resultando assim em um prognóstico e uma indicação (caso necessário), e fechar a devolução.
Cada sujeito tem sua situação de não aprendizagem, o psicopedagogo por mais prática que tenha, tem de abster-se que cada sujeito é único e ele no diagnóstico passa de ensinante a ser aprendente daquela questão única.
É a nossa responsabilidade de psicopedagogos de buscar, questionar, observar, as dificuldades de aprendizagem, consequentemente a práxis da clínica psicopedagógica depende do conhecimento de si e do mundo, e muito importante de amar o que faz.
Por: Gisele Alves